quarta-feira, 18 de junho de 2008

Globo é acusada de racismo, porém juiz inocenta a emissora

O juiz Argemiro de Azevedo Dutra, da 3ª Vara Cível de Salvador, inocentou a rede Globo de acusação de racismo pela exibição, em 2006, da novela "Sinhá Moça". Cabe recurso.
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Escrava Virgínia (Zezé Motta) serve a patroa Sinhá Moça (Débora Falabella) na novela

Devido a reclamações de soteropolitanos, o Ministério Público da Bahia impetrou ação civil pública contra a emissora, pleiteando que ela fosse condenada a realizar uma nova versão da novela, que mostraria "a participação do negro no regime escravocrata como realmente ocorreu, com orientação de historiadores".

O promotor Almiro Sena Soares Filho argumentou que a novela deturpou a história dos escravos, ao revelar um negro passivo e sofredor, dependente de heróis brancos, e que a trama incentivou o racismo ao divulgar cenas em que os negros apareciam em situações de torturas e humilhações, enquanto o branco era retratado entre bondades e romances.

A emissora se defendeu argumentando que a novela é uma obra de ficção, baseada em livro publicado há mais de 50 anos, e que fazer "abordagem real dos fatos históricos" seria produzir um documentário. Penalizá-la seria contra o princípio constitucional da liberdade de expressão e criação.

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