sábado, 7 de junho de 2008

Fim do seriado "Pushing Daisies"

Pushing Daises

Terminou ontem no Brasil a primeira temporada de um dos dramas mais aclamados da atualidade, Pushing Daisies, de Bryan Fuller. No piloto conhecemos Ned, um sujeito que quando criança descobriu ser capaz de trazer os mortos de volta à vida com apenas um toque. Não “apenas” isso: com outro toque ele também devolve a morte a esta pessoa e o tem que fazer em menos de um minuto, senão outro morre no lugar. Já adulto Ned começou a trabalhar fazendo tortas em sua loja "The Pie Hole" e nas horas vagas a ajudar o detetive particular Emmerson Cod resolvendo homicídios e coletando recompensas. Para isso, ele literalmente "acorda" as vítimas, tenta descobrir quem foi o assassino em um minuto e depois as coloca para “dormir”.



Mas esta existência aparentemente estagnada mudou quando ele se viu obrigado a trazer de volta à vida sua antiga paixão de infância Charlotte, que fora assassinada em uma viagem de navio. Sem ter coragem de matá-la novamente, Ned iniciou uma mágica jornada para tentar desvendar o que está ocorrendo à medida que se dá conta do eterno dilema que tomou conta de sua vida: ele jamais poderá encostar um dedo em sua amada. Com fotografia e direção de arte que lembra muito filmes como Peixe Grande e Os Excêntricos Tenembaums, tudo que vimos nessa série espetacular parecia acontecer em um universo paralelo. Para contrapor o clima mórbido, utilizaram cores vivas e enquadramentos frontais em praticamente todas as cenas, criando um visual único. Embora cada dia presenciávamos um novo mistério a ser resolvido, o foco do drama ao longo desta curta temporada foi seu primoroso texto que brincava com as palavras e as emoções dos personagens de forma absolutamente brilhante.



Apesar de carregar um pouco a mão na fantasia, o que poderia causar uma falta de identificação do público com a série, as largas pitadas de humor negro fizeram com que este drama/comédia/história de amor se tornasse denso e sempre instigante. Mesmo assim, reconheço que boa parte dos episódios iniciais avançou muito pouco na história, tornando a trama um pouco estagnada em vários momentos. É claro que a sempre mencionada greve dos roteiristas acabou comprometendo parte da produção, mas à medida que foi se aproximando do fim do primeiro ano, a história foi amadurecendo junto com o protagonista Ned. Por isso, os episódios finais foram os mais surpreendentes, principalmente com a descoberta de Chuck sobre o que realmente aconteceu com seu pai naquela ensolarada e trágica manhã em Couer d' Cour. Mesmo assim eu acredito que a série ainda vai mostrar a que veio, já que 9 míseros epiódios não mostraram toda a grandiosidade desta magnífica produção.

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